Já sabíamos que o mundo gira e a Lusitana roda. Mas a esse ponto? Quem diria que dona Dilma e o pequeno caporal teriam algo em comum? Pois não é que ambos se coroaram? Napoleão tirou a coroa da mão do Papa Pio VII e a colocou na cabeça. Dona Dilma pegou a faixa e a vestiu com o mesmo garbo do Imperador.
Quem será o nosso David? Era preciso que surgisse alguém e deixasse para as futuras gerações um quadro retratando a cena. Nós merecemos...
Em seus dois discursos, o completo e o resumo, dona Dilma não se furtou ao autoelogio. Deu uma colher de chá ao companheiro Lula, mas frisou que dos 12 anos petistas, os quatro dela foram os mais eficientes.
Não fiquei surpresa com o que ela pensa de si mesma como economista, só esperava que ela diminuísse o tom dos autoelogios e frisasse que, de agora em diante, a Economia do Brasil estaria nas mãos de uma equipe econômica perita no assunto.
No Congresso, espantoso foi o aplauso enérgico quando dona Dilma disse que a Petrobras tem predadores internos e inimigos externos. Invisíveis, naturalmente. Como será que esses seres passaram pelo Conselho Diretor da Petrobras, pela ministra da Ciência e Tecnologia, pelo presidente Lula, pela presidente Dilma e até pelo Congresso que hoje, estupefato, aplaudiu tanto a presidente?
A corrupção, disse dona Dilma, ofende e humilha o povo. É verdade. Tornou a dizer que se não fosse seu empenho, a corrupção não estaria sendo dizimada em nosso país.
Essa praga não foi criada no Brasil. Ela existe desde que o homem tem poder. O que não pode existir é um governo tão alienado e leniente a ponto da corrupção crescer no país todo, de norte a sul, como cogumelos, sem que ninguém perceba... E acabar por dominar e corroer nossa maior empresa.