Artigo publicado originalmente no Blog de Ricardo Noblat, 23de janeiro de 2015
Em Torresmo à Milanesa, Adoniran e Carlinhos Vergueiro falam de dois operários que na hora do rango pegam suas marmitas e sentam num canto para comer e "conversar sobre isso e aquilo, coisas que nóis não entende nada..."
Eu também falo do que não entendo, Economia. Não entendo, é verdade, mas sofro!
O Palácio do Planalto custa uma pequena fortuna ao Tesouro Nacional. O que não falta à dona Dilma são auxiliares. Pensantes ou não. E ainda tem o AeroLula às suas ordens, que ela usa como bem lhe aprouver, como se fosse um fusqueta da família Rousseff.
Nossa máquina pública é caríssima. 39 ministérios com toda a bagagem que isso implica, dos gabinetes aos altos salários e mais os generosos adicionais; um Congresso que pode passar mais de um ano sem que ouçamos a voz de todos os seus membros: são 513 deputados federais e 81 senadores, num total de 594 gabinetes, não sei quantos assessores e secretárias, planos de saúde de alta voltagem, carros de luxo com motoristas, auxílio-moradia e, o que mais me irrita, viagens semanais aos seus estados de origem, para visitar as bases... Só quem já viveu numa dessas bases e sabe o que eles fazem lá de quinta a segunda é que pode avaliar o que isso significa!
Confesso que estou revoltada e indignada. Fomos iludidos por dona Dilma na campanha e agora estamos sendo punidos pelos erros que ela, o PT e partidos coligados cometeram. Não fomos nós, a sociedade como um todo, que estraçalhamos a estrutura econômica do Brasil. Mas somos nós que vamos pagar a conta!
... "Tudo bem, não há como duvidar de suas palavras. Mas quem devia se dirigir à Nação para nos informar e se desculpar, era ela, a presidente. Ela é a responsável. Quem tem que assinar essa promessa é ela e não ele. Ele é demissível ad nutum, ela não"...
O ministro Joaquim Levy disse, com todas as letras, que é imprescindível arrumar a casa. O país está numa recessão que ainda pode nos custar muito caro. Precisamos recuperar a credibilidade do Brasil diante do mundo para poder retomar o crescimento.
Tudo bem, não há como duvidar de suas palavras. Mas quem devia se dirigir à Nação para nos informar e se desculpar, era ela, a presidente. Ela é a responsável. Quem tem que assinar essa promessa é ela e não ele. Ele é demissível
ad nutum, ela não.
Não me parece justo que paguemos pelo esbanjamento aloprado do governo Dilma I. Não seria mais correto apertar o cinto do governo? Congelar as benesses que favorecem os altos funcionários da administração? Fazer o Congresso ver que a paciência dos brasileiros pode estar se esgotando?
Até quando vamos tolerar impostos de primeiro mundo e serviços de quinto mundo?
Dona Dilma falava daquele país idílico que ela administrava sempre enfezada, de mau humor. Já o doutor Levy nos mostra um cenário triste, feio, assustador, onde ser feliz vai ser complicado. Mas ele o faz com um sorriso tão simpático...
Governo novo, ideias novas, lembram?
Viram qual era a novidade? O sorriso em vez da carranca!
* Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa* -
Professora e tradutora. Vive no Rio de Janeiro. Escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005. Colabora para diversos sites e blogs com seus artigos sobre todos os temas e conhecimentos de Arte, Cultura e História. Ainda por cima é filha do grande Adoniran Barbosa.
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