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"Barba, cabelo e bigode". Por Flavio Faveco Corrêa*

...A delação premiada é o caminho mais óbvio. Mas se ele realmente abrir a boca, salve-se quem puder. Não vai sobrar ninguém no manicômio do PT e, muito provavelmente, nem seu fundador e patrono. Vamos ver que bicho dá...

21.04.2015  |  16 visualizações
O ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve estar muito nervoso. E com razão. O cerco está se aproximando. O fogo, que no momento não é fogo amigo, pode vir a chamuscar não só sua barba, mas seu cabelo e seu bigode também. João Vaccari Neto, seu homem de confiança desde os tempos da Cooperativa dos Bancários, está preso e vai ter que prestar depoimento em Curitiba, onde estão alojados muitos dos seus parceiros e sócios no maior escândalo de corrupção que se tem notícia na história deste país... Imaginem se o tesoureiro do PT entra nessa de delação premiada para salvar a sua pele e a da sua família. Afinal, um bom pai, como ele dever ser, não pode medir sacrifícios para proteger a filha. Dessa vez, este pai vai ter que se virar mais do que bolacha em boca de velha para evitar que ela seja responsabilizada por falcatruas das quais foi "apenas" participante. Ela, a mulher e a cunhada. A delação premiada é o caminho mais óbvio. Mas se ele realmente abrir a boca, salve-se quem puder. Não vai sobrar ninguém no manicômio do PT e, muito provavelmente, nem seu fundador e patrono. Vamos ver que bicho dá.

Na época do mensalão, arquitetado nos salões do Palácio do Planalto quando Lula era presidente, não estava na moda a tal de delação premiada. Marcos Valério preferiu ser condenado a 40 anos de prisão. Os políticos envolvidos sabiam que a santa impunidade imperaria mais uma vez e que as penas seriam curtas e brandas, ao contrário das que foram aplicadas a empresários. Todos estes criminosos condenados na época tinham razão: já estão soltinhos da silva, um deles indultado pela Presidente. Não fosse o desmanche do PT, logo, logo teríamos estes artífices da sacanagem de volta ao cenário deixando as páginas de policia para ocupar outros espaços na imprensa.

Mas agora temos a "desgraçada" da delação premada que está infernizando a vida do bando que se apropriou do Brasil em proveito próprio. E fazendo com que o estrago comece a ameaçar os poderosos, os verdadeiros autores intelectuais desta enxurrada de crimes que envergonha a nação. É aí que barbas tradicionais começam a ficar de molho. Um dia a nação vai ficar sabendo da verdade. Se a justiça não os condenar, já que o Supremo está perigosamente aparelhado, não vão escapar da justiça das ruas. Vão ser defenestrados do cenário político nacional. "Vox Populi, vox Dei".

No caso do chefe supremo, se a delação premiada do Vaccari não acontecer, como não aconteceu a do Delúbio, o juiz Sergio Moro e a Policia Federal vão terminar levantando a ponta do tapete e desvendando a imundície que está por baixo.

Quando começarem a investigar o BNDES, por exemplo, vai ser difícil explicar por que mais de 50% dos seus empréstimos internacionais foram carreados para Cuba, Venezuela e países africanos dirigidos por ditadores sanguinários, para financiar obras a serem executadas por empreiteiras conhecidas. Também vai ser difícil explicar os financiamentos generosos feitos para Eike Batista ou para frigoríficos amigos que, em poucos anos, por coincidência os anos do PT no poder, se transformaram de pequenos abatedouros em formidáveis empresas globais. A coisa pode chegar até o Lulinha, que se transformou rapidamente de funcionário subalterno do zoológico de São Paulo numa das maiores fortunas do Brasil. Falando de Lulinha, um empresário amigo meu me contou que estava em Cuba a negócios almoçando no principal restaurante de Havana quando começou a ouvir a sirene de batedores da polícia escoltando um enorme carro preto, que parou à porta do estabelecimento. Quem desceu da "limousine"? Lulinha, que estava sendo tratado como chefe de Estado. Por que será? Tem algo podre no reino da Dinamarca...

Por essas e outras que o chefe supremo deve estar preocupado com sua barba, seu cabelo e seu bigode.

Não vai ser o exército do Stédile que o livrará das consequências dos seus atos, praticados por ação ou omissão.

Mesmo porque, como se viu nas manifestações de 15 de março e 12 de abril, há nas ruas um exército muito maior do que o seu, mobilizado e vigilante, exigindo um basta ao festival de bandalheiras que assola o pais.

Faveco (Flávio Corrêa) - É jornalista e titular da Brandmotion Consultoria de Fusões e Aquisições.
(blog: www.faveco.com.br)
faveco@brandmotion.com.br