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A melhor solução para tampar o buraco do orçamento... e voltar a crescer. Por Antonio Silvio Lefèvre

...como existe a possibilidade (e a esperança!) de que, a curto ou médio prazo, os petistas sejam definitivamente excluídos do poder, por impeachment ou por eleições, caberá ao PSDB e aos demais partidos sérios da oposição ampliar essas privatizações...

03.12.2015  |  32 visualizações
Quem não me conhece certamente se perguntará quem sou eu para dar palpite sobre o orçamento do país... Não sou político, não sou economista... sou apenas um sociólogo que se tornou microempresário, editor e livreiro. Porém, na juventude, fui um militante político, o que me custou a prisão logo após o golpe de 1964 e o exílio até 1970 em Paris, onde fiz a graduação e o mestrado em Sociologia na Sorbonne e privei da amizade de muitas figuras que hoje estão ou estiveram no mais alto escalão do poder. Na volta ao Brasil virei jornalista, depois profissional de marketing e cheguei a presidir a ABEMD, a Associação Brasileira de Marketing Direto e fui o único brasileiro a fazer parte do conselho da DMA, a entidade internacional desta área.

Mas nunca deixei de me interessar pelos rumos da política no Brasil e, como profissional de marketing, tenho colaborado há muitos anos com opiniões e sugestões voluntárias (e gratuitas!) às campanhas eleitorais do PSDB, partido que sempre admirei, desde sua fundação, e que presenteou o Brasil com aquele que foi o melhor e mais preparado presidente que o país já teve, o grande Fernando Henrique Cardoso.

Recentemente enviei uma sugestão ao partido, através do meu amigo de Paris, o Senador Aloysio Nunes Ferreira, também transmitida por um amigo comum ao nosso FHC, no sentido de que o partido passe a defender abertamente aquela que, a meu ver, é a mais lógica e melhor solução para o momento atual da política brasileira: a privatização imediata de todas as estatais, a começar pela Petrobras!

Sim, minha gente, o PSDB tem comprovada experiência de sucesso nesta área; pois, afinal, que seria da telefonia fixa e celular em nosso país se não tivessem sido privatizadas as "teles" em seu governo? E que seria de nossas principais rodovias e nossos aeroportos se também não tivessem sido "concedidos" à iniciativa privada?

Sei que falar em privatizar a Petrobras tem sido um tabu por décadas, desde os tempos do "Petróleo é nosso"- tanto que poucos (inclusive no PSDB) ousaram levantar esta bandeira. Porém, depois que os petistas "privatizaram" a Petrobras para o partido deles, não tenho dúvida, como sociólogo e como profissional de marketing, que a imensa maioria dos brasileiros acolherá com alívio a sua transformação numa empresa privada séria, imune às politicagens e pilhagens que a vitimaram na condição de estatal. E tem mais uma vantagem enorme, a curto prazo, de um leilão de privatização da Petrobras e de todas as demais estatais, inclusive Correios, BB e Caixa, em bloco ou em partes: o dinheiro arrecadado nestas vendas com certeza cobrirá, com grande sobra, todo o déficit orçamentário deixado pela gastança populista e irresponsável dos governos petistas, evitando que se precise aumentar impostos e muito menos criar outros. Dilma disse que "CPMF é a única saída para equilibrar contas". Mas ela está redondamente enganada: a privatização das estatais é que é a única saída aceitável para acertar as contas no curto prazo e para que seja retomado o crescimento da nossa economia, graças a uma grande redução de impostos e dos custos da máquina estatal.

Não tenho dúvidas de que, tivéssemos tido a ventura de ter Aécio como presidente em vez de Dilma, e fosse ele a fazer as privatizações das estatais, viria à tona uma raivosa oposição petista, com todo aquele sovado discurso estatista que, hoje sabemos, nada mais é do que uma desculpa esfarrapada para que o PT as privatize para si mesmo. Porém agora são eles mesmos, os petistas, encurralados devido à situação dramática criada nas estatais por sua pilhagem, que começam a fazer algumas "concessões" à iniciativa privada, como outros aeroportos e estradas - concessões que, certamente, devem ser aplaudidas de pé pelo PSDB. E como existe a possibilidade (e a esperança!) de que, a curto ou médio prazo, os petistas sejam definitivamente excluídos do poder, por impeachment ou por eleições, caberá ao PSDB e aos demais partidos sérios da oposição ampliar essas privatizações, até que o papel do Estado fique sendo apenas e tão somente o de supervisionar os setores básicos da economia administrados pela iniciativa privada. Mas ainda assim, de forma séria e honesta, sem achaques e "pixulecos", o que só será possível se políticos éticos estiverem no poder, numa era pós-PT.

Espero, sinceramente, que esta minha sugestão de posicionamento privatizante seja compreendida, aceita e endossada pelo PSDB. Pois este poderá ser o início de uma verdadeira redenção para o nosso país.

ANTONIO SILVIO LEFÈVRE - empresário, é sociólogo com mestrado pela Universidade de Paris (Sorbonne)

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